No início da semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou uma parceria entre oInstituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a Fundação Bill & Melinda Gates, para formular a primeira vacina brasileira contra Sarampo e Rubéola destinada a países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. Atualmente, essa dose é produzida apenas por um laboratório indiano.
Para o governo brasileiro, a expectativa é de que 30 milhões de doses estejam disponíveis no mercado até 2017. Segundo Padilha, cada uma delas será comercializada por US$ 0,54, cerca de R$ 1,17, configurando-se no menor preço do mercado mundial. Ainda conforme o ministro, a parceria representa a consolidação da terceira fase do Programa Nacional de Imunização, que completa 40 anos.
“O acordo que a gente assinou propicia mais investimentos e garantia de compra, o que possibilita ocupar o mercado externo pelo menor preço. O ministério está investindo R$ 1,6 bilhão e, com os investimentos no desenvolvimento de vacina dupla e o investimento da fundação, estaremos capazes de entregar a produção de 30 milhões de doses em 2017”, explicou.
Conforme ressaltou o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, este é o primeiro passo concreto de uma ação que já vem sendo realizada desde 2011. “Depois que o Brasil foi muito bem-sucedido no mercado nacional de imunização, vai atender à demanda global. Vamos avançar para a (dose) pentavalente e a vacina da Dengue também. Isso estimula a produção no Brasil. O investimento será de R$ 13,3 bilhões em saúde, o que abrange vacinas, medicamentos e equipamentos médicos”, afirmou.
Já o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, lembrou que a instituição tem capacidade de ampliar a produção para o mercado internacional. A parceria possibilitou um processo de desenvolvimento capaz produzir doses com preços mais baixos. “Com esse preço, chegamos a uma situação vantajosa. Os investimentos na Fiocruz estão em torno de US$ 500 mil (R$ 1,09 milhão). Isso pode quadruplicar nossa capacidade de produção”, informou o presidente da Fiocruz.
Diante destas circunstâncias, Padilha lembrou ainda que todos os investimentos vão gerar emprego e renda. Paralelamente, a tecnologia desenvolvida vai beneficiar o mercado interno. Atualmente, o Brasil exporta vacina para 75 países em todo o mundo.
As vacinas produzidas em Bio-Manguinhos serão fornecidas às nações atendidas pela Aliança Global para Vacinas e Imunização e por entidades da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto, essa parceria vai fortalecer o papel do instituto. Além disso, o valor investido será destinado à construção de um laboratório em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, que permitirá a produção de outras vacinas.
Já o presidente da Fundação Bill & Melinda Gates, Trevor Mundel, reforçou a importância da parceria. Segundo ele, por questões de segurança, é imprescindível manter uma diversidade de fornecedores de vacinas, a preços baixos. Por outro lado, a fundação também irá investir R$ 1,5 milhão para o desenvolvimento de pesquisas clínicas no continente africano. “A meta geral é que todas as crianças do mundo tenham acesso universal a vacinas que protegem vidas”, afirmou Mundel.
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