No Brasil, está previsto ainda para este mês a chegada da primeira vacina contra o Herpes Zóster, doença causada pela reativação do vírus da Varicela, por ocasião de uma queda na imunidade, e que acomete principalmente idosos.
O Herpes Zóster, também conhecido como “cobreiro”, apresenta baixa letalidade, além de ser pouco frequente – manifesta-se em menos de 0,5% da população. No entanto, para os indivíduos afetados, os sintomas causam enormes prejuízos. Em geral, aparecem bolhas em determinadas áreas do corpo (geralmente no rosto, no pescoço e nas costas) e dores fortes. Na maioria dos casos, as lesões e as dores regridem com o tempo.
O problema, porém, são as complicações que podem surgir com a manifestação do vírus. A mais comum é a neuralgia pós-herpética. A dor, devido a inflamação de um determinado nervo, tende a tornar-se crônica, comprometendo bastante a qualidade de vida dos pacientes, sobretudo, os idosos. A doença pode causar ainda lesões nos olhos, infecção secundária bacteriana grave no local das lesões e doenças como Hepatite, Pneumonite e Meningoencefalite.
“Diante do sofrimento de quem desenvolve o Herpes Zóster, a imunização é bem-vinda. Vacinas não são exclusivas para crianças, o idoso também tem as suas”, afirmou Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM).
“Como a doença é mais comum na terceira idade, deve se tornar mais frequente no Brasil no futuro com o envelhecimento da população”, explicou Rosana Richtmann, infectologista do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
A vacina, aplicada em dose única, já está disponível há dez anos nos EUA. Outros países também já estão utilizando o imunobiológico – Canadá, Reino Unido e Austrália; e, mais recentemente, México, Argentina e Colômbia.
Segundo os CDCs (Centros de Controle de Doenças) norte-americanos, a vacina é considerada segura e, até então, não há relato de efeitos adversos graves. Segundo o órgão, em 30% dos casos pode ocorrer dor temporária no local da aplicação e, mais raramente, dor de cabeça, febre e mal-estar. Trata-se da mesma vacina contra a Catapora, com vírus vivo atenuado, mas com uma quantidade maior de antígenos, já que a resposta imune do idoso costuma ser menor.
Embora na maioria dos país a vacina seja indicada para a população acima de 60 anos, no Brasil, a vacinação será estendida para pessoas acima de 50 anos. Conforme salienta Rosane Ritchmann, a resposta imune é maior entre os 50 e os 59 anos. “Quanto mais as pessoas aguardarem, menor será a proteção”, afirmou.
Segundo os especialistas, não há previsão de quando a vacina estará disponível na rede pública de saúde. “Os custos são elevados e seria preciso tirar recursos de outras áreas prioritárias”, explicou Guido Levi, vice-presidente da SBIM. Paralelamente, há um problema de disponibilidade que precisa ainda ser equacionado, já que cada vacina contra o Zóster usa 14 doses da vacina contra a Catapora.
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